Da reprodução imagética às fissuras algorítmicas

vieses, desvios e outros campos de possíveis

Autores

Palavras-chave:

Inteligência Artificial, Cibernética, Exposições imersivas, Arte contemporânea

Resumo

O uso de Inteligência Artificial tem crescido consideravelmente em diversas áreas. Porém, este tipo de tecnologia não é neutro, podendo potencializar vieses já presentes em bancos de dados ou apontar correlações onde há apenas coincidências, uma vez que engendra um modo específico de conhecimento baseado em identificação de padrões e em probabilidade estatística. Neste cenário, abusos de diversas ordens têm sido recorrentes em sua utilização, assim como os esforços para denunciá-los. Diante disso, seria possível buscar por outras formas de relacionamento com a tecnologia a partir do estudo das práticas artísticas contemporâneas? Uma relação que não tenha por objetivo fechar o mundo sobre si mesmo, procurando encerrar suas multiplicidades em um jogo de correlações e probabilidades, mas ampliá-lo? Este trabalho busca analisar algumas maneiras como arte contemporânea tem feito uso de tecnologias de Inteligência Artificial, observando como modos de funcionamento diversos relacionam-se para evidenciar, questionar ou produzir realidades.

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Biografia do Autor

Maria Cortez Salviano, Universidade Estadual de Campinas

Doutoranda em Ciências Sociais no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH-UNICAMP). Tem mestrado em Divulgação Científica e Cultural (UNICAMP), graduação em Jornalismo (Faculdade Cásper Líbero) e pós-graduação Lato Sensu em Globalização e Cultura (FESP-SP). Lattes: http://lattes.cnpq.br/5036958400141659.

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Publicado

2023-10-16

Como Citar

Cortez Salviano, M. (2023). Da reprodução imagética às fissuras algorítmicas: vieses, desvios e outros campos de possíveis. Aurora. Revista De Arte, Mídia E Política, 16(47), 95–111. Recuperado de https://revistas-anterior.pucsp.br/index.php/aurora/article/view/62880