Abrindo alas à práxis emancipadora da mulher negra: Chiquinha Gonzaga, artivista das notas musicais

Autores

  • Helena Pontes dos Santos Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/ls.v27i50.69806

Palavras-chave:

Chiquinha Gonzaga, mulher negra, musicista, artivista

Resumo

Este estudo se propõe a apresentar Francisca Edwiges Neves Gonzaga, para além das histórias de escândalo e desmontando o mito da mulher branca à frente de seu tempo. Mulher negra, filha de pai branco e mãe negra, a musicista popularmente conhecida como Chiquinha Gonzaga foi incontestavelmente abre alas com sua postura na vida. A difícil encruzilhada raça e gênero não a impediu de confrontar as regras da sociedade de seu tempo. Como operária da música, Chiquinha Gonzaga se sustentou e destinou parte da receita obtida da venda de partituras de suas composições, realizadas de porta em porta, à compra de alforrias de seus irmãos negros. A história dessa mulher negra e suas contribuições para a recepção de ritmos afro-brasileiros para além das classes populares, sua presença na luta abolicionista e sua ação na organização coletiva dos operários da música e do teatro de revista, é o que nos propomos a negritar.

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Biografia do Autor

Helena Pontes dos Santos, Universidade de São Paulo

Mestranda em Direito do Trabalho pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo-SP, Brasil. Especialista em Estudos afrolatinoamericanos e caribenhos pelo Clacso. Pesquisadora do Grupo de Estudos Intelectuais Negras Brasileiras (Unifesp) e do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital (USP).

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Publicado

2023-06-30

Como Citar

Santos, H. P. dos. (2023). Abrindo alas à práxis emancipadora da mulher negra: Chiquinha Gonzaga, artivista das notas musicais. Lutas Sociais, 27(50), 41–53. https://doi.org/10.23925/ls.v27i50.69806