Decolonialidade e Arte

Resistência dos Povos Indígenas

Autores

  • Juliana Piva de Albuquerquer Lewkowicz Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/2318-5023.2022.n6.e60857

Palavras-chave:

Decolonialidade, Arte, Povos indígenas, Arte indígena contemporânea

Resumo

Este artigo busca construir uma relação entre trabalhos de arte indígena contemporânea e a decolonialidade do ser a partir de Nelson Maldonado-Torres. Pretende-se abordar relações entre práticas artísticas indígenas contemporâneas que se utilizam da arte como forma de resistência para tornar visíveis as questões decoloniais e ambientais, comunicar de forma poética, incentivar ações micropolíticas e questionar a lógica eurocentrada. Para essa articulação, o corpus da pesquisa parte da análise de três artistas indígenas contemporâneos, Daiara Tukano, Jaider Esbell e Denilson Baniwa, cujos trabalhos estruturam discussões voltadas a criar fissuras no modelo capitalista que o “povo da mercadoria” (KOPENAWA, 2015) elegeu para viver e que resulta em crise ambiental e genocídio dos povos originários. A metodologia escolhida para análise desse corpus é a abordagem das extremidades, de Christine Mello (2007), que se vale das noções de desconstrução (da ideia de índio e de colonização), contaminação (da cultura ameríndia pela cultura eurocentrada) e compartilhamento (ideias e arte) para explorar os tensionamentos e as situações limítrofes entre espaços artísticos e a colonialidade. A estrutura teórica tem caráter interdisciplinar entre os campos da filosofia e da comunicação: Nelson Maldonado-Torres (2018) aborda algumas dimensões analíticas da colonialidade; Ailton Krenak (2019, 2020), o conceito de redes de afetos para transpor os muros da colonialidade; e Norval Baitello Junior (2018), o conceito da comunicação pela expansão de afetos.

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Biografia do Autor

Juliana Piva de Albuquerquer Lewkowicz, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Mestranda em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Integra o grupo de pesquisa “Extremidades: redes audiovisuais, cinema, performance e arte contemporânea”, coordenado pela professora doutora Christine Mello.

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Publicado

2022-12-15