O humanismo do padre Antônio Vieira

Autores

  • Alex Silva Mendes Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/2177-952X.2022v16i30p61-73

Palavras-chave:

Padre Antônio Vieira, Humanismo, Sermões, Ética pastoral

Resumo

O profundo humanista e homem de ação que foi Vieira, não podia ficar indiferente à brutalidade com que os índios e os escravos negros eram tratados no Brasil. Uma prática, aliás, consentida por toda a Europa colonizadora. O missionário tudo viu e tudo denunciou na corte portuguesa. O que pedia era dignidade e tolerância para com os povos subjugados. Conhecedor da realidade, o humanista cristão atravessou praticamente todo o século XVII atento aos problemas políticos, econômicos, sociais e religiosos, com propostas reformistas avançadas para a mentalidade da época. Como a defesa dos direitos humanos dos índios ou o fim da discriminação que existia entre cristãos-novos e cristãos-velhos. Em sua obra profética a Clavis Prophetarum, Vieira expõe seus sonhos de reconciliação entre judeus e cristãos. De acordo com (COUTO, 2009, p. 99), três sermões da série de 30 são consagrados exclusivamente à escravidão negra: 14º, 20º, 27º. Esses três sermões foram pregados diretamente aos negros da Irmandade do Rosário dos Pretos. Vieira passou a maior parte do ano de 1653 em São Luís, onde defendia a liberdade dos índios no seu sermão da Primeira Dominga de Quaresma (ou das Tentações).

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Biografia do Autor

Alex Silva Mendes, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

*Mestrando em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP): professoralex.educacao@gmail.com

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Publicado

2022-12-30

Edição

Seção

ARTIGOS