Revista Eletrônica Espaço Teológico.

A mística cristã como resposta à inquietação humana a partir da experiência de Charles de Foucauld

Daniel Antonio do Carmo — 2025-09-24

Este trabalho tem como tema o encontro humano-divino na vivência religiosa, abordando a mística cristã como resposta à inquietação humana, a partir da experiência de Charles de Foucauld. O objetivo é analisar como a experiência mística vivenciada de Foucauld, dentro da perspectiva cristã, oferece respostas às questões existenciais e espirituais. A pesquisa propõe que, em um mundo marcado por complexas questões sociais e existenciais, conforme analisado pela Gaudium et Spes, a mística, enquanto vivência profunda da espiritualidade, pode servir como uma resposta para a crescente busca por sentido espiritual. O trabalho parte da premissa que as pessoas religiosas buscam afirmações para suas vidas com base em suas vivências humanas, e assume como problemática central a seguinte pergunta: seria a mística cristã capaz de oferecer uma resposta a essa inquietação? Como resultado, a pesquisa demonstra, a partir de metodologia bibliográfica exploratória, que a mística cristã pode ser uma resposta eficaz à inquietação humana e uma motivação para o compromisso social.

Mística, solitude e oração:

Cristiano Pesset Ferreira — 2025-09-24

Esta pesquisa propõe uma análise comparativa entre a teologia pós-teísta e a abordagem mística cristã, com foco na prática da oração individual e secreta. O estudo examina como, na modernidade pós-teísta, diversas práticas espirituais, presentes tanto em religiões como em contextos não religiosos, podem ser vistas como equivalentes à oração mística cristã. A partir da reflexão sobre a mística da oração secreta, que é central para várias tradições religiosas, o artigo investiga o papel dessa prática na busca pela comunhão com o transcendente. A metodologia envolve a análise das obras de pensadores pós-teístas como Santiago Villamayor e José María Vigil, além da exploração dos escritos de Dietrich Bonhoeffer, com destaque para sua abordagem da oração secreta baseada nos ensinamentos de Jesus Cristo. Busca-se identificar as semelhanças e diferenças entre as práticas místicas nas duas vertentes teológicas, observando que, enquanto a teologia pós-teísta adota uma abordagem pluralista e sem uma definição fixa de Deus, a mística cristã, especialmente na visão de Bonhoeffer, se fundamenta em princípios bíblicos e na busca pessoal pela presença divina. O estudo enfatiza que a prática da oração, seja no contexto pós-teísta ou cristão, é um meio fundamental para a conexão com o divino e para o cultivo de uma espiritualidade genuína.

A ascensão do peregrino!

José Ancelmo Santos Dantas — 2025-09-24

e seis palavras, o Salmo 120 abre a família dos Salmos classificados como Cânticos das Subidas. Além disso, pode ser compreendido a partir de três molduras literárias: “lábios (מִשְּׂפַת)” (v. 2a) e “língua (לָשׁוֹן)” (v. 2b); habitantes de “Mosoc (מֶשֶׁךְ)” (v. 5a) e “Cedar (קֵדָר)” (v. 5b); chegando, enfim, a uma antítese proveniente da imagem: “paz (שָׁלוֹם)” (v. 7a) e “guerra (מִלְחָמָה)” (v. 7b). Ritmo e simplicidade dão o tom ao poema lírico em questão, no qual o pretérito é afinado com o presente. A prece inicial é formulada no pretérito, ao passo que, no presente, segue-se o clamor de um eu pessoal que, com o passar do tempo, transformou-se em um eu coletivo. Embora o clima exale odor de combate, vislumbra-se a paz. Esta última tem como doador e protagonista a Pessoa do Senhor, Deus de Israel. Aí, em Israel - mais precisamente em Jerusalém, e não em outras nações -, encontra-se o Templo, local perfeito para receber peregrinos e devotos

A opção pelos pobres e a eclesiologia da Evangelii Gaudium

Roseane do Socorro Gomes Barbosa — 2025-09-24

O pobre sempre esteve presente na história da Igreja, ora como objeto, ora como sujeito. A partir do Concílio Vaticano II, o pobre torna-se sujeito nos documentos e na ação evangelizadora da Igreja. A opção pelos pobres não surgiu com o Vaticano II, tampouco com a Teologia da Libertação; contudo, foi nesse contexto que essa opção se tornou preferencial. Ainda assim, este é um tema bastante controverso para a Igreja e para a Teologia. Vale lembrar que optar pelos pobres não se restringe a lutar por justiça social; antes de tudo, trata-se de lançar um olhar crítico sobre a sociedade e o progresso, considerando as consequências que geram o empobrecimento da população, tanto na América Latina quanto ao redor do mundo. Ao assumir o lado dos pobres, a Igreja solidariza-se com os oprimidos e luta a favor deles, buscando estruturas sociais mais justas e condições para uma vida digna. Neste texto, faremos um breve resgate histórico sobre a opção preferencial pelos pobres, desde as Sagradas Escrituras, passando pelo Vaticano II até a Conferência de Aparecida, para então traçarmos um paralelo com a eclesiologia do Papa Francisco, a fim de evidenciar que seu pontificado é voltado para os pobres.

A liberdade religiosa como espaço de afirmação de teísmo cristão

Leonardo das Neves Silva — 2025-09-24

O presente artigo objetiva-se analisar a questão da liberdade religiosa a partir da Declaração Dignitatis Humanae, documento proveniente do Concílio Vaticano II. Esta Declaração, consiste em um dos documentos mais significativos do Concílio Vaticano II, evento eclesial que colocou a Igreja em profundo diálogo com a modernidade, que é um status spiritualis que permite a emergência do sujeito moderno, com a sua respectiva liberdade, inclusive a religiosa, vindo a trazer à tona a “liberdade das liberdades” e o pluralismo religioso. A Declaração reconhece a liberdade religiosa com base na dignidade da pessoa humana, destacando-a como um direito fundamental de incidências jurídicas, sociais, antropológicas e religiosas. A pesquisa foi desenvolvida através de uma metodologia composta de leitura, descrição e análise dos textos fundamentais. Inicialmente, foi realizada uma análise do contexto histórico e da estrutura da Declaração Dignitatis Humanae, incluindo sua relação com outros documentos do Concílio Vaticano II, considerando três dimensões fundamentais: histórica, antropológico-filosófica e teológica. Posteriormente, foram sistematizados e analisados, filosófica e teologicamente, os pontos fundamentais da liberdade religiosa utilizando textos de comentadores relevantes. A análise proposta revelou que a abordagem conciliar sobre a liberdade religiosa transcende a mera tolerância religiosa, anteriormente admitida pelo magistério eclesial. A pesquisa identificou a necessidade de um salto hermenêutico, admitindo novas possibilidades de diálogo diante do pluralismo religioso. Além disso, partindo do pensador espanhol Xavier Zubiri, analisou-se a liberdade religiosa como possibilidade de lugar para afirmação do teísmo cristão. Em síntese, a pesquisa defende que a temática da liberdade religiosa é complexa e suas implicações são vastas, de modo que suas implicações transitam histórica, filosófica, antropológica e teologicamente pelos cenários da humanidade, atemporalmente.

A felicidade sob a ótica de Santo Agostinho em tempos de pós-modernidade

Rodolpho Raphael de Oliveira Santos — 2025-09-24

O anseio humano pela felicidade é intrínseco à sua natureza. Vivendo em uma sociedade dinâmica e em constante mudança, o indivíduo se vê imerso em transformações identitárias que o levam a buscar significados mais profundos. Este artigo se propõe a explorar o conceito de felicidade (Beata Vida) segundo a perspectiva de Santo Agostinho, contrastando-o com os desafios contemporâneos da pós-modernidade. Utilizando uma abordagem metodológica baseada em pesquisa exploratória de natureza bibliográfica, foca-se nas obras do filósofo, teólogo e Santo da Igreja Católica, cuja vida foi dedicada a investigar por que todo ser humano anseia pela felicidade e o que verdadeiramente o impulsiona a buscá-la. Para Santo Agostinho, a vida feliz reside em viver em Deus, de Deus e para Deus, um conceito que ressoa profundamente em meio às complexidades do mundo contemporâneo em constante evolução.

Atitudes de Jesus diante das tentações

Tiago de Fraga Gomes — 2025-09-24

A presente pesquisa desenvolve-se a partir de uma abordagem teórico-bibliográfica, tendo como objeto as narrativas evangélicas sinóticas (Mt 4,1-11; Lc 4,1-13; Mc 1,12-13). O problema de pesquisa centra-se em compreender como as respostas de Jesus às tentações no deserto podem servir como modelo moral e espiritual para a humanidade contemporânea, especialmente em contextos de crise, nos quais os valores éticos e a estabilidade emocional estão ameaçados. A hipótese formulada propõe que as atitudes de Jesus configuram um paradigma de resistência fundamentado na obediência à vontade divina e no autodomínio, que promove uma liberdade interior capaz de sustentar a vida espiritual madura e equilibrada diante das adversidades. Os objetivos da investigação são, primeiramente, analisar o comportamento de Jesus diante de três tentações – satisfação imediata, busca pelo poder e autossuficiência –, evidenciando a centralidade da confiança na Palavra de Deus e na relação filial com o Pai; em segundo lugar, busca-se refletir sobre a atualidade desse paradigma moral e espiritual para o enfrentamento das crises contemporâneas, especialmente no que concerne à tentação do relativismo ético e à busca por soluções rápidas e superficiais. A pesquisa também almeja destacar a importância do sofrimento e da provação como elementos formativos do caráter humano, ressaltando que a resistência às tentações não consiste em rejeição dos bens ou da vida, mas em um exercício contínuo de discernimento e equilíbrio fundamentado na graça divina. Parte-se da premissa que o exemplo de Jesus no deserto permanece um guia para o cristão contemporâneo, pois indica que a superação das tentações e a construção do caráter moral são processos que envolvem abertura à graça, prática espiritual constante e autodomínio.

Mística, Alteridade e Compromisso Social

Glaucio Alberto Faria de Souza — 2025-09-24

Mística, Alteridade e Compromisso Social

FES — 2025-09-24