“Tudo é vibração?”

Emaranhando a mecânica quântica em um mundo sem objetos

Autores

  • Nelson Job Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.23925/1984-3585.2024i2930p169-179

Palavras-chave:

consciência, quântico, irreversibilidade, semiótica, complexidade

Resumo

Neste artigo de caráter transdisciplinar, vamos estabelecer uma ressonância dos aspectos vibracionais e contínuos na mecânica quântica, ressoando com a Filosofia, a Artes e a espiritualidade. Questionaremos a predominância de interpretações dualistas na mecânica quântica, mostrando que vários dos físicos que ajudaram a criá-la, possuem afinidades com filosofias que eram mais continuístas que discretas, como a de Heráclito e Espinosa. Vamos eleger a Intepretação Transacional, em que tudo são ondas, de John Cramer e desenvolvida por Milo Wolff, como a interpretação mais adequada ao nosso propósito. Sendo uma interpretação que inexistem partículas, vamos então elencar ressonâncias possíveis dessa interpretação de modo transdisciplinar, na Filosofia, na Arte e na espiritualidade, respectivamente, na Filosofia da Diferença de Gilles Deleuze, no Neoconcretismo, e no Shivaísmo da Caxemira, que afirma que tudo são vibrações, mesmo no imanifesto. A partir do imanifesto do Shivaísmo, faremos ressonâncias com esse estado fundamental na Filosofia, como no plano de imanência de Deleuze e na mecânica quântica no vácuo quântico. Com isso, vamos mostrar que o imaginário em que se afirma que “tudo é vibração” é possível na mecânica quântica e possui ressonâncias em outros campos do saber.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Nelson Job, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escritor, psicólogo, doutor em História das Ciências das Técnicas e Epistemologia/UFRJ, pesquisador transdisciplinar, criador do campo conceitual e experimental transaberes, autor dos livros Confluências entre magia, filosofia, ciência e arte: a Ontologia Onírica, Vórtex: modulações na Unidade Dinâmica e do romance Druam. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-2092-3588. E-mail: nelson@transaberes.com e nelsonjobvortex@gmail.com.

Referências

BERGSON, Henri. O pensamento e o movente. Tradução de Bento Prado Neto. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

BOHM, David. Totalidade e a ordem implicada. Tradução de Teodoro Lorent. São Paulo: Madras, 2008.

CHAPEL, Nicholas E. A nova roupa do Caibalion: Associação duvidosa de um texto do início do séc. XX com o Hermetismo, 2016. Tradução de Lucas Moraes de Araújo. Disponível em: https://transaberes.com/a-nova-roupa-do-caibalion/. Acesso em 12 nov. 23.

CRAMER, John. The transactional interpretation of quantum mechanics, 1986. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/280926546_The_transactional_interpretation_of_quantum_mechanics. Acesso em: 26 set. 23.

DE CUSA, Nicolau. A douta ignorância. Tradução de João Maria André. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2018.

DELEUZE, Gilles. A dobra – Leibniz e o Barroco. Tradução de Luiz B. L. Orlandi. Campinas: Papirus, 2000.

DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. Tradução de Luiz Orlandi e Roberto Machado, São Paulo: Graal, 2006a.

DELEUZE, Gilles. Exasperación de la filosofia – el Leibniz de Deleuze. Tradução de Equipo Editorial Cactus. Buenos Aires: Cactus, 2006b.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que á a filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. e Alberto Alondo Muñoz. São Paulo: Editora 34 Letras, 1992.

DYCZKOWSKI, Mark. S. G. The doctrine of vibration: An analysis of the doctrines and practices of Kashmir Shaivism. Albany, NW: State University of New York Press, 1987.

FALCONER, Isobel. Vortices and atoms in the Maxwellian era, 2019. Disponível em: https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rsta.2018.0451. Acesso em: 26 set. 23.

GRANDPIERRE, Attila. Biologically organized quantum vacuum and the cosmic origin of cellular life, 2014. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/267094114_Biologically_Organized_Quantum_Vacuum_and_the_Cosmic_Origin_of_Cellular_Life/link/5445731c0cf2d62c304d8072/download. Acesso em: 16 fev. 2021.

GULLAR, Ferreira. Experiência neoconcreta. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

HEISENBERG, Werner. Física e Filosofia. Tradução de Jorge Leal Ferreira. Brasília: Humanidades, 1999.

INGOLD, Tim. The life of lines. New York: Routledge, 2015.

JOB, Nelson. Adeus ao controle, 2022. Disponível em: https://cosmosecontexto.org.br/adeus-ao-controle. Acesso 26 set. 23.

JOB, Nelson O vórtex de 1900, 2019. Disponível em: https://cosmosecontexto.org.br/o-vortex-de-1900. Acesso em: 26 set. 23.

KRAGH, Helge. The vortex atom: A Victorian theory of everything, 2002. Disponível em: https://www.academia.edu/4084776/The_Vortex_Atom_A_Victorian_Theory_of_Everything. Acesso em: 26 set. 23.

PRIGOGINE, Ilya; STENGERS, Isabelle. A nova aliança – metamorfose na ciência. Tradução de Miguel Faria; Maria Joaquina Machado Trincheira. Brasília: Editora UnB, 1984.

ROLNIK, Sueli. O corpo vibrátil de Lygia Clark, 2000. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs3004200006.htm. Acesso em 30 set. 23.

SCHRODINGER, Erwin. O que é vida? Tradução de Jesus de Paula Assis e Vera Yukie Kuwajima de Paula Assis. São Paulo: Editora Unesp, 1977.

VOLOVIK, G. E. The superfluid universe. Disponível em: https://arxiv.org/pdf/1004.0597.pdf. Acesso em: 27 set. 23.

WHITEHEAD, Alfred North. Process and reality, corr. ed. New York: Free Press, 1978.

WOLFF, Milo. Schrödinger’s universe: Einstein, waves & the origin of the natural laws. Parker, CO: Outskirts Press, 2008.

Downloads

Publicado

2025-03-19