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Abstract

Há 75 anos Cuba entrou para a história com um processo revolucionário que transformou a realidade latino-americana. Naquele momento, o triunfo da revolução significava a defesa da soberania e o direito à autodeterminação dos povos. A revolução cubana foi um acontecimento que mudou a forma de se pensar em outro mundo possível, com outras relações sociais, econômicas, políticas e uma nova ordem institucional distinta da democracia liberal. Suscitou, e até hoje suscita, intensos debates sobre projeto político revolucionário, organização da economia anticapitalista, a riqueza e pluralidade cultural, liberdades individuais e coletivas, enfim, uma profusão de aspectos e paradoxos em um país que se transformou com as inovações trazidas pela revolução, tendo investido em educação, saúde e na garantia de condições de vida fundamentais que trouxeram dignidade à população. Novas demandas, novas gerações, novos canais de expressão trazem desa-fios importantes para os rumos da ilha que vive um embargo econômico há mais de 60 anos e, embora tenha conseguido resistir ao bloqueio, os impactos para o desenvolvimento socioeconômico são evidentes. Na atualidade, Cuba se encontra em meio a muitas dificuldades para garantir as minimamente as necessidades do povo, situação que tem gerado revoltas e descontentamentos sobre os rumos da revolução.