A mulher negra no ensino de línguas
provocações decoloniais em projetos de Multiletramentos
DOI:
https://doi.org/10.23925/2318-7115.2025v46i1e69126Palavras-chave:
Multiletramentos;, Ensino de línguas;, Projetos didáticos;, Mulheres negras;, Letramentos didático-digitais.Resumo
Ancorada na perspectiva indisciplinar da Linguística Aplicada e na concepção de língua(gem) como sendo uma construção dialógica e interacional, o presente artigo tem como objetivo analisar a construção da autoria, no processo de letramentos didático-digitais materializada na escrita praxiológica de licenciandos de Letras em proposições didáticas ao ensino de língua e literatura, numa perspectiva multiletrada e decolonial. As propostas didáticas foram construídas a partir de um programa de multiletramentos didáticos, em uma universidade pública, localizada na região Sul do Maranhão, no nordeste brasileiro, as quais foram reunidas e sistematizadas em um e-book intitulado “Construindo projetos didáticos com as tecnologias digitais: aprender para além da escola”. Compreendendo que a posição estético-formal da autoria se materializa numa relação axiológica, empreendemos uma pesquisa documental, de abordagem qualitativa, tendo como corpus capítulos do material didático produzido pelos alunos, mais especificamente, aqueles que abordaram proposições sobre as mulheres negras, invisibilizadas na universidade no ensino de línguas. Destacamos o caráter decolonial da análise ao relacionar essas problemáticas com a colonialidade e ao promover sua desmistificação por meio de posicionamentos fronteiriços, isto é, abordagens que articulam culturas, pensamentos e identidades de espaços privilegiados, como os europeus, com os que foram/são historicamente invisibilizados pela crença colonial na coexistência das diferenças. Vale destacar que o livro analisado é composto por recursos multimodais, por isso, em muitos momentos, o professor é direcionado a acessar materiais complementares por meio de elementos digitais.
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