A invisibilidade de pessoas com deficiência durante a pandemia da Covid-19

narrativas na cidade de Vitória/ES

Autores

  • Eduardo Georjão Fernandes Universidade Vila Velha
  • Mariana Barbosa Reis Universidade Vila Velha

DOI:

https://doi.org/10.23925/1982-4807.2024i36e69136

Palavras-chave:

Covid-19, Pessoas com deficiência, Invisibilidade, Biopolítica

Resumo

Este artigo objetiva compreender de que modo a invisibilização das pessoas com deficiência impactou as formas como essa população vivenciou a pandemia da Covid-19 na cidade de Vitória/ES. Com base nas narrativas coletadas em 13 entrevistas semiestruturadas com pessoas com deficiência moradoras de Vitória, são analisadas três categorias principais: os sentimentos de medo relacionados aos riscos e incertezas do período pandêmico; a ampliação das barreiras de acessibilidade nesse contexto; e as disputas para priorização de pessoas com deficiência no processo de vacinação. Essas categorias são articuladas com as reflexões de Michel Foucault sobre as relações de poder, o corpo e a biopolítica.

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Biografia do Autor

Eduardo Georjão Fernandes, Universidade Vila Velha

Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com período de Doutorado-Sanduíche na Scuola Normale Superiore - Florença, Itália. Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bacharel em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Membro do Grupo de Pesquisa Associativismo, Contestação e Engajamento (GPACE) (ufrgs.br/gpace) e do Núcleo de Estudos em Política e Sociedade (NEPS). Possui experiência em pesquisa nas áreas de Sociologia Política, Sociologia da Violência e Psicologia Social, interessando-se particularmente pelas seguintes temáticas: controle repressivo dos protestos e dos movimentos sociais; novas tecnologias policiais de vigilância; enquadramentos da ação coletiva. Atualmente, é professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política na Universidade Vila Velha e pesquisador do Instituto Cíclica. Em 2021 recebeu Menção Honrosa para Teses em Ciências Sociais no Concurso Brasileiro ANPOCS de Obras Científicas, Teses e Dissertações.

Mariana Barbosa Reis, Universidade Vila Velha

Doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2024-UFRGS). Possui graduação em Administração de Empresas pela Faculdade Espirito Santense de Administração (1997) e graduação em Educação Física pela Universidade de Vila Velha (2004), Mestra em Sociologia Política pela Universidade Vila Velha, Pós Graduação Lato-Sensu em Prescrição do Exercício Físico para Saúde pela Universidade Federal do Espírito Santo UFES, Pós Graduação Lato-Sensu em Gestão Estratégica de Pessoas pela Universidade Federal do Espírito Santo UFES. Foi Coordenadora dos Serviços de Convivência da Assistência Social para a Pessoa com Deficiência da Prefeitura Municipal de Vitória. Colunista do Jornal A Tribuna, do Jornal A Gazeta. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração, atuando principalmente nos seguintes temas: políticas públicas, gestão, saúde, acessibilidade e inclusão, diversidade humana, tecnologias assistivas. Atua com Educadora Física e Personal Trainer. Além de ensino e pesquisa, desenvolve atividades de extensão cultural (cursos, eventos), consultoria e projetos na área.

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Publicado

2024-12-26

Como Citar

Fernandes, E. G., & Reis, M. B. (2024). A invisibilidade de pessoas com deficiência durante a pandemia da Covid-19: narrativas na cidade de Vitória/ES. Ponto-E-Vírgula, 2(36), e69136. https://doi.org/10.23925/1982-4807.2024i36e69136