Indisciplina e ação democrática na escola
uma revisão sistemática
DOI :
https://doi.org/10.23925/2175-3520.2021i53p35-44Mots-clés :
Disciplina na sala de aula, Organização escolar, Psicologia escolar, Interações dialógicas, Desenvolvimento humanoRésumé
A complexidade e a diversidade das configurações sociais na contemporaneidade caracterizam-se por profundas tensões vivenciadas nas esferas social, econômica e ético-moral, refletindo uma série de incertezas e embates acerca das relações experimentadas na escola, cada vez mais conflituosas. A indisciplina, sob essa perspectiva, tem se revelado assunto de grande relevância entre educadores e psicólogos escolares, movimentando pesquisadores de diversas orientações teórico-metodológicas no estudo da temática. Esse artigo se propôs a realizar uma revisão de literatura sobre a diversidade conceitual que o tema inspira, buscando compreensões nos campos da psicologia e da educação que considerem a possibilidade de ações colaborativas, dialógicas e democráticas favorecedoras de processos de desenvolvimento humano. Foram selecionadas e sistematizadas produções científicas dos últimos dez anos que tratam do assunto, utilizando achados científicos de base qualitativa e quantitativa por meio do método de revisão sistemática do tipo integrativa. Consideramos a importância de ambientes dialógicos que permitam o exercício de habilidades favorecedoras da autonomia, senso de responsabilidade e comunicação eficiente, capacidades relevantes para ressignificação de comportamentos considerados indisciplinados na escola.
Téléchargements
Métriques
Références
Aquino, J. G. (1998). A violência escolar e a crise da autoridade docente. Cadernos Cedes, 47, 7-19.
Aquino, J. G. (2016). Indisciplina escolar: um itinerário de um tema/problema de pesquisa. Cadernos de Pesquisa, 46(161), 664-692.
Araújo, U. F. (2015). Autogestão na sala de aula: as assembleias escolares. São Paulo: Summus.
Bauman, Z. (2000). Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar.
Boarini, M. L. (2013). Indisciplina Escolar: uma construção coletiva. Psicologia Escolar e Educacional, 17(1), 123-131.
Carvalho, J. S. F. (1996). Os sentidos da (in)disciplina: regras e métodos como práticas sociais. Em: Aquino,
J. G. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus.
Carvalho, M.; Alão, P. & Magalhães, J. (2017). Da indisciplina ao clima de escola: a voz dos alunos. Revista Portuguesa de Investigação Educacional, 17, 42-60.
Carvalho, P. R. (2011, novembro). Psicologia e contemporaneidade: práticas profissionais na sociedade de controle. Apresentação oral em GT durante o 16º Encontro Nacional da ABRAPSO, realizado de 12 a 15 de novembro de 2011, em Recife (PE).
Casadore, M. M. & Hashimoto, F. (2012). Algumas considerações acerca dos problemas escolares atuais a partir da compreensão da psicologia escolar. Revista de Psicologia da UNESP 11(2), 72-80.
Castanho, M. I. S. & Cutrim, F. F. (2014). Sentidos produzidos por professores acerca da indisciplina escolar. Educação em Revista 4(2), 75-92.
Chiavenato, I. (2004). Comportamento organizacional.
A dinâmica do sucesso das organizações. São Paulo: Pioneira Thompson Learning.
Castells, M. (1996). Fluxos, redes e identidades: uma teoria crítica da sociedade informacional. Em: Castells, M.; Flecha R.; Freire. P.; Giroux, H.; Macedo, M. & Willis, P. Novas perspectivas críticas em educação. Porto Alegre: Artes Médicas.
Cutrim, F. F. (2015). A produção de sentidos por professores acerca da indisciplina no Ensino Fundamental e relações com trajetórias de vida. (Dissertação de mestrado). Centro Universitário FIEO, Osasco.
De-la-Torre-Uguarte-Guanilo, M., Takahashi, R. F. & Bertolozzi, M. R. (2011). Revisão sistemática: noções gerais. Revista da Escola de Enfermagem, 45(5), 1260-1266.
Ferreira, A. C. & Rosso, A. J. (2013). Estrutura das representações sociais dos alunos de 9° ano sobre a indisciplina. Psicologia da Educação, 37, 15-29.
Ferreira, A. C.; Santos, E. R. & Rosso, A. J. (2016) Representação social da indisciplina escolar. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(1), 199-208. http://dx.doi.org/10.1590/0102-37722016012074199208.
Foucault, M. (2010). Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes.
Garcia, J. (2009). Representações dos professores sobre indisciplina escolar. Revista Educação, 34(2), 311-324.
Giroux, H. (1996). Jovens, diferença e educação pós-moderna. Em: Castells, M.; Flecha R.; Freire. P.; Giroux, H.; Macedo, M. & Willis, P. Novas perspectivas críticas em educação. Porto Alegre: Artes Médicas.
Gomes, I. S., & Caminha, I. O. (2014). Guia para estudos de revisão sistemática: uma opção metodológica para as ciências do movimento humano. Movimento, 20(1), 395-411.
Gomes, J. B., & Casagrande, L. D. R. (2002). Educação reflexiva na pós-modernidade: uma revisão bibliográfica. Revista Latino-americana de Enfermagem, 10(5), 696-703.
González Rey, F. (2005). O valor heurístico da subjetividade na investigação psicológica. Em: González Rey, F. L. Subjetividade, complexidade e pesquisa em psicologia. São Paulo: Thomson.
González Rey, F. (2008). O sujeito que aprende: desafios do desenvolvimento do tema da aprendizagem na psicologia e na prática pedagógica. Em: Tacca, M. C. V. R (Org.). Aprendizagem e trabalho pedagógico. Campinas: Alínea.
González Rey, F. & Mitjáns Martínez, A. M. (2017). Subjetividade. Teoria, epistemologia e método. Campinas: Editora Alínea.
Lopes, R. B. & Gomes, C. A. (2012) Paz na sala de aula é uma condição para o sucesso escolar: que revela a literatura? Avaliação em polícias públicas para Educação, 20(75), 261-282.
Machado, S. M. (2017). Ditos, não ditos, juventudes, violências, indisciplinas: tentáculos do capitalismo estético? Racismos invisíveis? (Tese de doutorado). Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória.
Maffesoli, M. (2004). A parte do diabo: resumo da subversão pós-moderna. Rio de Janeiro: Record.
Marinho-Araujo, C. M. (2005). Psicologia Escolar e o Desenvolvimento de Competências. Boletim Academia Paulista de Psicologia, (2)5, 73-85.
Matos, D. A. S. & Ferrão, M. E. (2012). Repetência e indisciplina: evidências de Brasil e Portugal no Pisa 2012. Cadernos de Pesquisa, (46)161, 614 – 636.
Mayora, F.; Rojas, N. & Margarita, G. T. (2012). La disciplina escolar a partir de los registros diarios de clase en una escuela venezolana. Revista de Investigación, 75(36), 33-51.
Miranda, L. L.; Oliveira, E. N. P.; Shioga, J. E. M. & Rodrigues, D. C. (2016). Pesquisando com jovens na escola: desafios da pesquisa-intervenção em dois contextos escolares. Psicologia Escolar e Educacional, 20(2), 245-254. https://doi.org/10.1590/2175-353920150202958.
Neto, C. M. S.; Barreto, E. S. S. (2018). (In)disciplina e violência escolar: um estudo de caso. Educação e Pesquisa, 44, e165933. http://dx.doi.org/10.1590/s1678-4634201844165933.
Passos, I. C. F. (2010). Violência e relações de poder. Revista Med. Minas Gerais, 20(2), 234-241.
Paula, A. S. & Kodato, S. (2010). Histórias de vida e representações sociais de violência por professores de escolas públicas. Temas em Psicologia, 18(1), 177 – 189.
Prata, M. R. S. (2003, outubro). A produção da subjetividade e as relações de poder na escola: uma reflexão sobre a sociedade disciplinar na configuração social da atualidade. Trabalho apresentado no GT Psicologia da Educação, durante a 26ª Reunião Anual da ANPEd, realizada de 5 a 8 de outubro de 2003, em Poços de Caldas (MG).
Pereira, A. I. B. & Blum, V. L. (2014). Poder, resistência e indisciplina escolar: a perspectiva docente sobre os comportamentos transgressores dos alunos. Educação e Psicologia, 23(54), 739 – 757.
Peréz-Sánchez, A. M.; Poveda-Serra, P. & Gilar-Corbí, R. (2010). Efectos del aprendizaje colaborativo en el uso de estrategias de afrontamiento. Revista Latinoamericana de Psicología, 42(3), 481-492.
Pirola, S. M. F. (2009). As marcas da indisciplina na escola: caminhos e descaminhos das práticas pedagógicas. (Tese de Doutorado). Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba.
Pros, R. C.; Muntada, M. C. & Martín, M. B. (2015). Indisciplina instruccional y convencional: su predicción em el rendimento académico. Revista Colombiana de Psicología, 24(2), 317-330. DOI: http://dx.doi.org/10.15446/rcp.v24n2.44148.
Puig, J. M.; Novella, A. M.; Escardíbul, S. & Martín, X. (2000). Democracia e participação escolar: propostas de atividades. São Paulo: Moderna.
Ratto, A. L. S. (2007). Disciplina, vigilância e pedagogia. Cadernos de pesquisa, 37(131), 481-510.
Rodrigues, D. S. & Lopes de Oliveira, M. C. S. (2016). Psicologia cultural e socioeducação: reflexões sobre desenvolvimento humano e infração juvenil. Revista Subjetividades, (16)1, 104-118.
Santos, E. R. & Rosso, A. J. (2012). A indisciplina escolar nas representações sociais de professores paranaenses. Psicologia da Educação, 34, 127-157.
Severino, F. E. S. & Salun, A. O. (2012). Indisciplina e afetividade: um enfoque antropológico. EccoS Revista Científica, 28, 207-222. 10.5585/EccoS.n28.3238.
Silva, L. C. & Matos, D. A. S. (2017). Indisciplina no PISA: entre o intra e o extraescolar. Estudos em Avaliação Educacional, (28)68, 382-416. http://dx.doi.org/10.18222/eae.v28i68.4590.
Soares, R. R. B. S.& Farias, O. M. (2018). Reflexões sobre o discurso docente acerca da indisciplina e do mau desempenho escolar. Entrepalavras, 8, 93-118. http://dx.doi.org/10.22168/2237-6321-11019.
Tavares, M. R.; Menin, M. S. S. (2015). Avaliando valores em escolares e seus professores: proposta de construção de uma escala. Textos FCC, 46, 1-85.
Trevisan, N. P. (2016). Indisciplina Escolar: Base Catalisadora de Formação Docente. (Dissertação de mestrado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
Vinha, T.; Amaral, C. A. & Nunes, A. (2019). Contemporaneidade e a convivência democrática na escola. Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas, 11, 123-158. https://doi.org/10.36311/1984-1655.2019.v11esp.06.p123.
Westheimer, J. (2015). Ensino para a Ação Democrática. Educação & Realidade, 40(2), 465-484. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2175-623653285.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Psicologia da Educação 2022
Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.
