O ensino da língua brasileira de sinais (Libras) sob a ótica de um professor surdo e de uma professora ouvinte

o lugar da Libras no currículo

Auteurs

  • Marcio Hollosi Universidade Federal de São Paulo
  • Claudia Regina Vieira Universidade Federal do ABC

DOI :

https://doi.org/10.23925/2175-3520.2022i54espp90-95

Mots-clés :

Libras, Currículo, Ensino, Formação de Professores

Résumé

A Libras é reconhecida como língua da Comunidade Surda brasileira desde abril do ano de 2002, esse reconhecimento se deu graças a uma intensa mobilização da Comunidade Surda. Embora algumas pessoas afirmem que ela é a segunda língua oficial do Brasil, na verdade é uma língua reconhecida como “língua das comunidades surdas brasileiras (Brasil, 2002)” e esse reconhecimento se deu a partir da Lei 10436/02. Após o reconhecimento da língua o Decreto 5626/05 trouxe a obrigatoriedade do seu ensino para os cursos de licenciaturas. Podemos dizer que esse primeiro contato dos licenciandos com a realidade da trajetória dos surdos por educação e da complexidade da Libras é extremamente importante para que os processos de desenvolvimento da Comunidade sejam garantidos e principalmente para que a Língua de Sinais não seja banalizada, simplificada ou fique subordinada à Língua Portuguesa. Neste trabalho, trazemos um pouco da experiência como professores da disciplina em universidades federais, um surdo e uma ouvinte. Além disso, trazemos alguns dados produzidos em um projeto de formação com professores surdos de uma instituição escolar bilíngue para surdos. A partir dos discursos trazidos por esses atores, analisamos os dados com base nos princípios da PCCol - Pesquisa Crítica de Colaboração, Magalhães (2006), que destaca como uma perspectiva teórico-metodológica que favorece a co(construção) dos participantes da pesquisa, assim como a uma construção coletiva de escola e Universidade. Trata-se de um quadro que revela nosso compromisso como professor/a-pesquisador/a, que perseguem a ideia de que ensinar e aprender compõem um caminho de mão dupla.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Métriques

Chargements des métriques ...

Références

Brasil. (2005). Decreto 5626, de 22 de setembro de 2005. Regulamenta a Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e o art. 18 da Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União. Brasília, 2005. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/decreto/d5626.htm.

Brasil. (2002). Lei 10.436 de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. Diário Oficial da União. Brasília, 2002. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm

Brito, F. B. (2013). O movimento social surdo e a campanha pela oficialização da língua brasileira de sinais. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. 10.11606/T.48.2013.tde-03122013-133156

Hollosi, M. (2019). Professor Surdo: Desafios na construção de uma prática bilíngue. Tese (Doutorado em ciências: Educação e Saúde na Infância e adolescência) –Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, Guarulhos. 188p.

Magalhães, M. C. C. (2006a). A etnografia colaborativa: pesquisa e formação profissional. In: Fidalgo, S. S., & Shimoura, A. S. (Orgs.). Pesquisa crítica de colaboração: um percurso na formação docente. São Paulo: Ductor. p. 56-63

Moura, M. C. (2000). O Surdo, Caminhos para uma Nova Identidade. Rio de Janeiro: Editora Revinter.

Sá, N. L. R. (1999). Educação de surdos: a caminho do bilinguismo. Niterói: EdUFF.

Skliar, C. (org). (1996). A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação.

Vieira, C. R. (2014). Bilinguismo e inclusão – Problematizando a questão – Curitiba: Appris.

Vygostky, L. S. (2012b). Obras Escogidas V Fundamentos de defectología. Editoral Pedagógica Moscú, 983. De la traducción: Julio Guillermo Blank, 1997. De la presente edición: Machado Grupo de Distribución, S. L.

Téléchargements

Publiée

2023-03-24

Numéro

Rubrique

Artigos